quinta-feira, 25 de março de 2010

Adolescente é morto no presídio de Fabriciano

Jovem de 16 anos estava em cela com outros três menores, que teriam confessado o crime

CORONEL FABRICIANO – Cerca de um mês depois das denúncias de tortura no seu interior, o Presídio de Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, vive novo drama com a violência. O adolescente Luiz Felipe Samora de Souza, 16 anos, foi encontrado morto enforcado em uma das celas, na noite da última segunda-feira (15). O menor teria sido assassinado por três colegas, de 15 e 16 anos, com quem dividia a cela e que teriam confessado o crime, segundo informações da Polícia Civil, que investiga o caso. A unidade prisional foi inaugurada em fevereiro de 2008 e, de acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), este foi o primeiro assassinato ocorrido lá dentro.
O corpo de Luiz Felipe foi descoberto durante a troca de turno, por volta das 19 horas de segunda-feira, por agentes penitenciários que notaram um “movimento anormal” no interior da cela, então ocupada por nove adolescentes. Ele estava caído no chão com um lençol em torno do pescoço. Os agentes prestaram socorro e o conduziram para o Hospital Siderúrgica, mas sua morte foi anunciada pelos médicos cerca de 30 minutos depois da sua entrada. Luiz Felipe estava preso há 45 dias suspeito de participação em um homicídio.O crime ocorreu na cela 21 da unidade prisional, destinada a menores e adolescentes. Os três que teriam confessado a autoria do assassinato estavam detidos por envolvimento em homicídios. Os delegados Gustavo Cecílio e Daniel Araújo os ouviram na mesma noite. Eles teriam relatado que assassinaram Luiz Felipe porque naquela manhã foram intimidados por ele e, então, decidiram matá-lo antes de sofrerem alguma lesão. Os suspeitos, autuados por crime de homicídio, poderão ser transferidos para outra unidade no Estado.Luiz Felipe era um dos dez filhos de dona Divina Darc da Silva, que está indignada com o acontecido. “Achei um absurdo ele sendo de menor estar preso dentro daquela penitenciária. Eles não me passavam nada. Eu quero saber o que aconteceu”, disse a mãe, aos prantos. A família está sendo acompanhada por uma equipe de Assistência Social da Subsecretaria de Administração Prisional.
A Seds e o Juizado da Infância e da Juventude informaram que só permitem a permanência de menores em presídio quando a cidade não possui um centro socioeducativo, como Fabriciano. Segundo a Seds, os adolescentes estavam em um alojamento separado dos adultos. O menor que está há mais tempo na penitenciária deu entrada em setembro de 2009, conforme informou a secretaria.

Da Sucursal - 16/03/2010 - 18:42




Fonte:Hoje em Dia

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