sexta-feira, 29 de junho de 2012

Agsep elimina nudez e agachamento da revista de mulheres visitantes do Complexo Prisional de Aparecida

 

Agsep elimina nudez e agachamento da revista de mulheres
As mulheres que visitam seus parentes presos em uma das cinco unidades prisionais do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia não terão mais que se despir completamente e fazer o agachamento durante o procedimento de revista pessoal, o qual elas são submetidas antes de adentrarem às celas para o encontro com seus conhecidos (foto). A eliminação das duas ações, que eram tradicionais durante as rotinas de revista às mulheres no Complexo, ocorreu a partir deste domingo, 24/06, e foi marcada por uma ação de cidadania realizada pela Agência Goiana do Sistema de Execução Penal (Agsep), na porta da Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG).
Durante o evento, os familiares e os presos,voluntariamente, passaram por exames de acuidade visual. Além disso, 53 presos fizeram a retirada da carteira de identidade. Todos os visitantes ainda receberam um pacote de grãos de feijão e cobertores. Foram distribuídos cinco mil kilos do grão e dois mil cobertores. As doações foram entregues aos visitantes no momento da saída do Complexo. As crianças que acompanhavam suas mães puderam brincar em pula-pula e ganharam pipoca e algodão doce.
Revista
O presidente da Agsep, Edemundo Dias, anunciou à imprensa, que a revista humanizada, como foi batizado o novo formato do procedimento da revista pessoal em mulheres, será ampliada com uma série de novas regras. Segundo ele, as áreas de segurança, juridico, administração e tecnologia de informática da instituição estão preparando um material gráfico no qual constarão algumas alterações sobre, principalmente, modo de vestimenta para os familiares. Entre as mudanças, ele adiantou que serão proibidos alguns ítens como salto alto, jóias, bijuterias, e roupas como calças jeans.
As mulheres que não obedecerem às proibições serão submetidas à revista mais rigorosa. “Para implantar uma revista menos constrangedora, eliminando a nudez completa, é preciso que as famílias sejam co-responsáveis com a administração. Aquelas que optarem por seguir as regras serão liberadas mais rapidamente da revista, pois não estarão em situação de observação demorada, e aquelas que optarem por não seguir serão submetidas a um procedimento de exceção, no qual a exposição do corpo será maior, por uma questão de segurança”, explicou Edemundo. “Nesse sentido, a instituição está num esforço de aproximação do rigor da segurança, conforme tem de ser, com uma rotina prisional menos degradante à dignidade do familiar. Entendemos que a família não tem que sofrer a mesma situação degradante que o preso sofre na cadeia. A pena não deve se estender a ela”, completou ele.
De acordo com Edemundo Dias, nos próximos dias a Agsep iniciará o processo de implantação das regras de vestimenta para as visitantes com um trabalho de divulgação das mudanças e distribuição de folders explicativos. O diretor de Segurança Prisional da Agsep, João Coutinho Júnior, garante que o fator segurança será preservado com as novas medidas. “Nós temos condições de manter o rigor na segurança, eliminando ao máximo a entrada de objetos ilícitos, por meio das visitantes, sem, contudo, expô-las à humilhação de ter que se despir por completo na hora da revista pessoal. Isso, inclusive, vai possibilitar uma revista menos demorada, o que significa menos tempo na fila”, disse ele. João Júnior explicou ainda que, embora as mulheres não tenham mais que agachar e nem ficar nuas completamente, elas vão passar pelos aparelhos detectômetros de metais, como as banquetas e o Raio-X, além de terem seus pertences e roupas “minuciosamente revistados”.
A Agsep informou que as mudança serão implantadas, paulatinamente, e já estão sendo submetidas às avaliações do Judiciário e do Ministério Público de Goiás. No domingo, até quatro mil pessoas visitam as cinco unidades prisionais do Complexo (Penitenciária Coronel Odenir Guimarães – POG, Centro de Inserção Social Consuelo Nasser – Presídio Feminino, Casa de Prisão Provisória – CPP, Colônia Agrícola e Industrial Semiaberto, e Núcleo de Custódia).
Cidadania
I Ação Cidadania da Agsep reflete um esforço da instituição em ampliar as condições de respeito à dignidade do preso e dos seus familiares. Além da revista humanizada, o órgão criou uma brinquedoteca para as crianças que visitam, junto suas mães, a Penitenciária Coronel Odenir Guimarães, no domingo.
A brinquedoteca é resultado de uma parceria com o Banco do Brasil, e está sendo instalada nas dependências da Escola Estadual Estivalete Teixeira, que fica dentro da penitenciária. Os serviços oferecidos durante este domingo se estenderam até às 14h. Para a realização do evento, a Agsep contou com vários parceiros, entre eles: A OVG, que doou os cobertores distribuídos; a Conab, que doou o feijão; e a Polícia Técnico-científica da Secretaria Estadual da Segurança Pública, que forneceu técnicos para a emissão de carteiras de identidade dentro da POG.





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