quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Ex-diretores de presídio em RO vão a julgamento por chacina

3/02/2011 - 11h29
ESTELITA HASS CARAZZAI
DE SÃO PAULO
Começa nesta quarta-feira o julgamento de três ex-diretores do presídio Urso Branco, em Rondônia, acusados de envolvimento numa chacina que deixou 27 presos mortos em 2002.
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Testemunhas oculares depõem pela primeira sobre mortes de presos em RO
Mais três acusados são condenados por chacina no presídio Urso Branco em RO
Promotoria denuncia 37 por chacina de detentos em 2004 durante rebelião em RO
Eles são as primeiras autoridades a serem julgadas pelo caso, que é a segunda maior chacina já registrada em presídios do país (só teve menos mortos do que o massacre do Carandiru, em 1992) e rendeu ao Brasil um processo na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos), que até hoje acompanha o caso.
Os ex-diretores são acusados de terem provocado a rebelião, misturando presos de facções inimigas na mesma ala. Os três responderão por homicídio doloso (quando o agente quis o resultado do crime ou assumiu o risco de produzi-lo).
Segundo relato do Ministério Público, sobreviventes afirmam que os presos foram "arrastados para os pavilhões, esperneando e clamando por suas vidas". As 27 vítimas da chacina foram torturadas com socos, choques e mutilações antes de serem mortas. Alguns dos corpos não tinham braços nem pernas. Um dos presos foi decapitado.
Em sua defesa, os réus sustentam que cumpriram ordens de superiores hierárquicos e que não têm responsabilidade direta pelas mortes.
Segundo a sentença de pronúncia (que determinou que os réus fossem julgados pelo tribunal do júri), os ex-diretores justificam sua ação com uma ordem judicial que determinava a transferência dos presos ameaçados de morte para o mesmo pavilhão onde estavam os demais detentos, desde que mantidhttp://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/879805-ex-diretores-de-presidio-em-ro-vao-a-julgamento-por-chacina.shtmlas as condições de segurança. Para o Ministério Público, os ex-diretores "deturparam" a ordem e misturaram os presos intencionalmente.
A Justiça já condenou 17 antigos detentos do Urso Branco pelas mortes ocorridas na chacina. Outros três réus, também ex-presos, foram absolvidos.
A primeira autoridade a ser julgada, nesta quarta-feira, será Rogélio Pinheiro Lucena, então gerente do sistema penitenciário de Rondônia. Na quinta e na sexta, irão a julgamento Edilson Pereira da Costa, ex-diretor de segurança do Urso Branco, e Weber Jordano Silva, ex-diretor-geral do presídio.

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